PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS REALIZADOS EM POVOS INDÍGENAS, DA AMAZÔNIA LEGAL NO ATENDIMENTO DE SAÚDE
DOI:
https://doi.org/10.56238/edimpacto2024.002-083Palabras clave:
Povos Indígenas, Saúde Indígena, Cirurgias, Atendimento IndígenaResumen
Introdução: A pesquisa realizada nas aldeias indígenas Gavião e Arara teve como objetivo identificar os procedimentos cirúrgicos mais recorrentes entre os indígenas dessas comunidades, focando nas diferenças de gênero e nas dificuldades enfrentadas para realizar a pesquisa, devidamente autorizada pelo CEP e FUNAI. Metodologia: Coleta de dados nos povos indígenas, através de formulários com questões fechadas sobre procedimentos realizados na população entrevistada. Resultados e Discussão: Na aldeia Gavião, foram entrevistadas 30 mulheres e 20 homens, e na aldeia Arara, 17 mulheres e 10 homens. Os dados mostram que 15 homens da aldeia Gavião nunca realizaram qualquer procedimento cirúrgico, enquanto 5 já haviam passado por cirurgias. Entre as mulheres, 16 nunca haviam se submetido a cirurgias, 14 relataram já ter realizado algum procedimento. Na aldeia Arara, 7 homens não haviam passado por cirurgias e 3 afirmaram já ter realizado. Entre as mulheres, 4 não haviam realizado cirurgias e 13 já haviam sido submetidas a procedimentos cirúrgicos. A pesquisa evidenciou também um forte contexto de machismo na aldeia Gavião, o que reprime as mulheres em vários aspectos, especialmente no acesso aos cuidados de saúde. Essas questões culturais podem impactar a maneira como as mulheres buscam assistência médica e aceitam tratamentos cirúrgicos, algo que se alinha com o observado em outras comunidades indígenas no Brasil, onde as barreiras culturais e o machismo desempenham um papel significativo nas desigualdades de saúde. Além disso, os pesquisadores enfrentaram desafios significativos, como a dificuldade em obter as autorizações necessárias e o acesso complicado às aldeias. Esse cenário é comum em estudos com populações indígenas, como relatado por Pedrana et al. (2022), que destacam a importância de uma saúde intercultural que integre o conhecimento tradicional e o sistema de saúde formal, reconhecendo as necessidades culturais específicas dos povos indígenas. Da mesma forma, Jardim et al. (2023) enfatizam que a criação de programas de saúde que respeitem a cultura e as barreiras de acesso às comunidades indígenas é essencial para superar as desigualdades históricas enfrentadas por esses grupos. Conclusão: Conclui-se que a pesquisa traz à tona a necessidade de políticas públicas que considerem as especificidades culturais e geográficas das comunidades indígenas, proporcionando um sistema de saúde mais inclusivo e acessível.