CUIDADO INTEGRAL E ESTRATÉGIA ASSISTENCIAL PARA HOMENS COM CÂNCER DE MAMA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Resumo

O câncer de mama masculino, apesar de raro, apresenta relevância crescente devido ao diagnóstico frequentemente tardio e à alta complexidade clínica dos casos avançados. Este artigo descreve um relato de experiência referente ao cuidado integral prestado a um paciente do sexo masculino com carcinoma mamário invasivo em estágio IV, marcado por lesão ulcerada extensa e múltiplas metástases pulmonares, ósseas e cutâneas. O objetivo do estudo foi analisar as estratégias assistenciais adotadas pela equipe multiprofissional, destacando a atuação da enfermagem no manejo clínico, no alívio da dor, na prevenção de complicações e na promoção do conforto em contexto de cuidados paliativos. Os resultados evidenciaram que o paciente apresentou piora progressiva da dispnéia, dor intensa, fadiga debilitante e deterioração neurológica decorrente de fraturas vertebrais patológicas e compressão medular, exigindo intervenção imediata e articulação entre diversos profissionais. As condutas incluíram analgesia otimizada, estabilização clínica, curativos especializados, reposicionamento cuidadoso, suporte emocional e comunicação efetiva com o paciente e seus familiares. A discussão reforça que o câncer de mama em homens permanece subdiagnosticado e associado a desconhecimento, estigma e demora na busca por assistência, elementos que contribuem para a descoberta da doença em estágios avançados. A literatura indica que a abordagem integral, fundamentada em cuidados paliativos, é essencial para mitigar sofrimento e preservar a dignidade, especialmente diante de quadro metastático com múltiplas repercussões sistêmicas. A experiência relatada evidencia, ainda, a importância do trabalho interdisciplinar e da atuação qualificada da enfermagem na condução de ações que favoreçam o bem-estar, o controle de sintomas e a humanização da assistência. Conclui-se que o manejo de homens com câncer de mama avançado exige sensibilidade clínica, estratégias personalizadas e integração entre setores assistenciais, ressaltando a necessidade de maior conscientização populacional e profissional sobre a doença, bem como de pesquisas futuras que ampliem o conhecimento sobre intervenções eficazes voltadas a esse público.