TRATAMENTO DE DEFORMIDADES AURICULARES CONGÊNITAS EM RECÉM-NASCIDOS: UMA REVISÃO DE ESCOPO

Autores

  • Douglas Sousa Duarte Monte Autor

DOI:

https://doi.org/10.56238/ERR01v10n7-013

Palavras-chave:

Recém-Nascido, Revisão de Escopo, Saúde

Resumo

Considerando que as deformidades auriculares congênitas, como a orelha em abano, podem gerar importantes repercussões psicossociais ao longo da vida e que as intervenções cirúrgicas não são recomendadas no período neonatal, torna-se fundamental explorar alternativas terapêuticas precoces e não invasivas. Objetiva-se mapear as evidências científicas referentes aos tratamentos não cirúrgicos empregados na correção de deformidades auriculares congênitas, especificamente orelha em abano, em recém-nascidos. Para tanto, procede-se a uma revisão de escopo, seguindo as diretrizes do Joanna Briggs Institute (JBI) e do PRISMA-ScR. As buscas foram realizadas em bases de dados eletrônicas (PubMed/MEDLINE, CINAHL, BVS/Lilacs e EMBASE). Desse modo, observa-se a amostra final de 10 estudos. Os achados demonstram taxas de sucesso consistentemente elevadas, com registro apenas de complicações leves e autolimitadas, predominantemente irritações cutâneas. Entre os tratamentos identificados destacam-se dispositivos comerciais, como EarWell, LiangEar e Earlimn, além de técnicas de baixo custo que utilizam materiais simples, tais como algodão e micropore, cera dentária e fitas adesivas, todos com eficácia comparável. A literatura reforça que a elevada plasticidade da cartilagem auricular no período neonatal, decorrente da influência do estrogênio materno, constitui fator determinante para o sucesso terapêutico. Intervenções iniciadas até o 21º dia de vida apresentaram as maiores taxas de correção e demandaram menor tempo de tratamento. O que permite concluir que os métodos não cirúrgicos representam alternativas seguras, eficazes e economicamente viáveis para a correção de deformidades auriculares congênitas, sobretudo quando aplicados precocemente, podendo reduzir substancialmente a necessidade de procedimentos cirúrgicos futuros.

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Publicado

2025-12-04

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

TRATAMENTO DE DEFORMIDADES AURICULARES CONGÊNITAS EM RECÉM-NASCIDOS: UMA REVISÃO DE ESCOPO . (2025). ERR01, 10(7), e10714. https://doi.org/10.56238/ERR01v10n7-013