TRATAMENTO DE DEFORMIDADES AURICULARES CONGÊNITAS EM RECÉM-NASCIDOS: UMA REVISÃO DE ESCOPO
DOI:
https://doi.org/10.56238/ERR01v10n7-013Palavras-chave:
Recém-Nascido, Revisão de Escopo, SaúdeResumo
Considerando que as deformidades auriculares congênitas, como a orelha em abano, podem gerar importantes repercussões psicossociais ao longo da vida e que as intervenções cirúrgicas não são recomendadas no período neonatal, torna-se fundamental explorar alternativas terapêuticas precoces e não invasivas. Objetiva-se mapear as evidências científicas referentes aos tratamentos não cirúrgicos empregados na correção de deformidades auriculares congênitas, especificamente orelha em abano, em recém-nascidos. Para tanto, procede-se a uma revisão de escopo, seguindo as diretrizes do Joanna Briggs Institute (JBI) e do PRISMA-ScR. As buscas foram realizadas em bases de dados eletrônicas (PubMed/MEDLINE, CINAHL, BVS/Lilacs e EMBASE). Desse modo, observa-se a amostra final de 10 estudos. Os achados demonstram taxas de sucesso consistentemente elevadas, com registro apenas de complicações leves e autolimitadas, predominantemente irritações cutâneas. Entre os tratamentos identificados destacam-se dispositivos comerciais, como EarWell, LiangEar e Earlimn, além de técnicas de baixo custo que utilizam materiais simples, tais como algodão e micropore, cera dentária e fitas adesivas, todos com eficácia comparável. A literatura reforça que a elevada plasticidade da cartilagem auricular no período neonatal, decorrente da influência do estrogênio materno, constitui fator determinante para o sucesso terapêutico. Intervenções iniciadas até o 21º dia de vida apresentaram as maiores taxas de correção e demandaram menor tempo de tratamento. O que permite concluir que os métodos não cirúrgicos representam alternativas seguras, eficazes e economicamente viáveis para a correção de deformidades auriculares congênitas, sobretudo quando aplicados precocemente, podendo reduzir substancialmente a necessidade de procedimentos cirúrgicos futuros.
Downloads
Referências
CHEN, Y. et al. Using Ear Molding to Treat Congenital Auricular Deformities. Journal of Children Medicine, v.16, 2021. DOI: 10.3389/fped.2021.752981.
HUI, L.B.; LI, M.H.; LIU, Y. Ear Molding for Congenital Auricular Deformities: Efficacy and Factors Affecting Outcomes. Ear, Nose & Throat Journal, v, 12, 2023. DOI: 10.1177/01455613231181192
LIMA, M.F.M.B. et al. Comparação de técnicas cirúrgicas de correção de orelhas proeminentes: Mustardé versus Converse. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, v. 35, p. 154-160, 2020. DOI: 10.5935/2177-1235.2020RBCP0027
LIU, L. et al. Efficacy Analysis of Ear Molding Correction for Congenital Auricular Deformities at Different Ages. Aesthetic Plastic Surgery, 2025. DOI: https://doi.org/10.1007/s00266-025-05271-3
MANJI, I.; DURLACHER, K.; VERCHERE, C. Correction of neonatal auricular deformities with DuoDERM: A simple technique. Journal of Children Medicine, v.30, p. 270-273, 2020. DOI: 10.1093/pch/pxaa102.
PETERS, M. et al. Updated methodological guidance for the conduct of scoping reviews. JBI Evidence Synthesis, v.18, p. 2119-2126, 2020. DOI: https://doi.org/10.11124/JBIES-20-00167
PETERSSON, R.S. et al. Identification of congenital auricular deformities during newborn hearing screening allows for non-surgical correction: a Mayo Clinic pilot study. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology, v.76, p. 1406-1412, 2012. DOI: 10.1016/j.ijporl.2012.06.011.
SMITH, W. et al. Nonsurgical correction of congenital ear abnormalities in the newborn: Case series. Paediatrics & Child Health, v.10, p. 327-331, 2005. DOI: 10.1093/pch/10.6.327.
TOUZRI, W.; ALAOUI M.A.; BENTAHAR, O. Classic ear moulding technique for a lop ear deformity: case report. Annals of Medicine and Surgery, v.86, p. 6136-6139, 2024. doi: 10.1097/MS9.0000000000002379.
TRISÓGLIO, C.; QUAGGIO, S.M.S. Correção secundária da orelha em abano com otoplastia fechada. Surgical & Cosmetic Dermatology, v.17, 2025. DOI: https://doi.org/10.5935/scd1984-8773.2025170416
XIONG, H. et al. Comparison of 2 Ear Molding Systems for Nonsurgical Management of Newborn Auricular Deformities. Ear, Nose & Throat Journal, v.100, p. 652S-656S, 2021. DOI: 10.1177/0145561320901398.
ZINATO RESPEITA, E.M. Deformidades Congenitas da Orelha - Tratamento Conservador do Recem-Nascido. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, v.14, p. 43-48, 1999. Disponível em: https://www.rbcp.org.br/Content/imagebank/pdf/14-01-05-pt.pdf
ZHUANG, Q. et al. Efficacy and Timing of Neonatal Ear Correction Molding. Aesthetic Plastic Surgery, v. 44, p. 872–878, 2020. DOI: https://doi.org/10.1007/s00266-019-01596-y
WU D, LI L, ZHOU M. Treatment of congenital auricle malformation with EarWell Ear Correction Kit: A meta-analysis. Ear, Nose & Throat Journal, v.104, p. NP388-NP395, 2025. DOI: 10.1177/01455613221122589.