PERFIL DO MELANOMA MALÍGNO NO BRASIL: INCIDÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS NA REGIÃO SUL ENTRE 2019 E 2024

Abstract

O melanoma maligno constitui uma neoplasia cutânea derivada da transformação patológica dos melanócitos e representa aproximadamente 5% das neoplasias malignas da pele. Seu caráter altamente agressivo e o expressivo aumento de sua incidência nas últimas décadas exigem o diagnóstico precoce para melhorar os desfechos. Avaliar a diferença na prevalência de melanoma maligno na região Sul em relação às demais regiões do Brasil, bem como comparar as formas de apresentação da doença segundo estadiamento, faixa etária e sexo. Trata-se de um estudo observacional, transversal com abordagem quantitativa, considerando casos de melanoma in situ entre 2019-2024. Foram utilizados dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) gerido pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Segundo os dados coletados, a região Sul reúne o maior número de casos de melanoma maligno da pele durante o período do ano de 2019 a 2024, registrando 12.253 casos dentre o total de 30.079 casos no país, o que corresponde a 40,7% dos casos totais. A idade de 60 a 64 anos foi a mais acometida na região Sul, com 1.661 dos 3.873 casos do país, o que equivale a 42,9% do total dessa faixa etária e a 13,5% dos casos totais da região. No sul, foram 997 registros de melanomas de estadiamento 4, equivalente a 33,6% do total de 2.971 casos, estando ligeiramente atrás apenas da região Sudeste, com 1004 casos (33,8%). Dos diagnósticos da região Sul, 6.360 foram feitos em mulheres e 5.893 em homens, o que representa um número 3,8% maior no sexo feminino. Essa diferença é a maior dentre as regiões, visto que o sexo feminino foi 1,2%, 2,5% e 1,94% mais acometido em comparação ao masculino nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, respectivamente. O melanoma maligno, embora seja uma neoplasia menos frequente em comparação a outros tipos de câncer de pele, apresenta alta mortalidade, especialmente em casos diagnosticados tardiamente. Este estudo revelou que a região Sul do Brasil concentra o maior número de casos de melanoma maligno no período analisado, representando 40,7% dos diagnósticos nacionais entre 2019 e 2024. Esse cenário está intimamente ligado à predominância de fatores de risco na população local, como o maior percentual de indivíduos com fototipos claros, resultado da intensa imigração europeia para a região.